Econômicas no Brasil

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O Brasil vive uma transição econômica significativa. Com a indústria encolhendo e o agronegócio se consolidando como um dos principais motores da economia, o país enfrenta desafios estruturais e políticos que definirão seu futuro. Este artigo aborda os impactos dessas mudanças e as possibilidades de recuperação.


Indústria em Queda: O Caso de São Bernardo

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Em São Bernardo do Campo, berço da indústria automobilística brasileira, fábricas como Mercedes-Benz e Ford têm reduzido ou encerrado suas operações. Desde 2019, a cidade viu o fechamento de importantes unidades industriais, resultando na perda de milhares de empregos.

Atualmente, a manufatura representa apenas 10% do PIB brasileiro, em contraste com 26% em 1993. Esse declínio reflete a falta de políticas públicas voltadas para o setor, como critica Moisés Selerges, presidente do sindicato dos metalúrgicos local.


O Agronegócio Ganha Força: Um Setor em Crescimento

Enquanto a indústria encolhe, o agronegócio cresce de forma acelerada, representando 28% do PIB. O Brasil consolidou-se como o terceiro maior exportador de produtos agrícolas do mundo, com um volume de exportações avaliado em US$ 125 bilhões em 2022.

O setor continua a registrar alta produtividade, crescendo 3% ao ano, contra 0,5% nos serviços e estagnação na indústria, segundo Marcos Jank, da escola de negócios Insper.


Impactos Políticos e Culturais das Mudanças Econômicas

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Essa transição econômica também tem reflexos políticos e culturais. Jair Bolsonaro, apoiado pelo agronegócio, e Luiz Inácio Lula da Silva, figura central na defesa da indústria, disputam visões opostas para o futuro do país. Enquanto o agronegócio avança, a cultura tradicional brasileira, como o samba, dá lugar ao sertanejo, refletindo novas prioridades e interesses no Brasil rural e urbano.


Educação e Qualificação: Um Obstáculo ao Crescimento Sustentável

A transição para uma economia mais diversificada exige investimentos urgentes em educação e capacitação profissional. Embora a escolaridade média tenha avançado de menos de quatro anos em 1980 para 9,3 anos em 2018, a qualidade do ensino permanece um desafio.

Nos testes internacionais PISA de 2018, o Brasil ficou na 66ª posição entre 77 países, destacando o desempenho fraco em leitura, ciências e, especialmente, matemática. Além disso, o ensino técnico não acompanha as demandas de uma economia em transformação, permanecendo orientado para um modelo industrial do passado.


Comparativo Econômico no Brasil

Indicador19932022
Participação da indústria no PIB26%10%
Participação do agronegócio no PIB15%28%
Crescimento médio do PIB4%0,3% ao ano
Escolaridade média4 anos9,3 anos

Reformas Necessárias para o Futuro Econômico

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O retorno ao crescimento sustentável exige reformas estruturais:

  • Educação: Investir na qualidade do ensino básico e técnico.
  • Reforma Tributária: Reduzir a carga sobre a indústria, equilibrando o sistema tributário.
  • Gestão Ambiental: Adotar políticas que combinem crescimento econômico e preservação ambiental, especialmente na Amazônia.

Essas reformas não apenas modernizariam a economia brasileira, mas também trariam oportunidades de crescimento e inovação.